Review de The Legend of Zelda: Link´s Awakening (A Lenda de Zelda: O despertar de Link) - Game Boy



Ficha Técnica:
Desenvolvedora: Nintendo
Publicadora: Nintendo.
Plataformas: Game Boy, Game Boy Color (versão DX) e 3DS (Virtual Console).
Data de lançamento: 6 de Junho de 1993
Gênero: Aventura.
Preço: U$5,99 (eShop USA), R$14,00 (eShop BR).

   Em 1993, comecei a trabalhar (sim antigamente algumas pessoas começavam a trabalhar cedo), inicialmente de servente de pedreiro e posteriormente em um chaveiro e com uns 6 ou 7 meses de salário, comprei meu primeiro "videogame", um Game Boy. Na época joguei Tetris por meses e ouvi um boato que um vizinho no bairro, tinha vários cartuchos de Game Boy. 
   Fui até a casa desse vizinho que eu conhecia de vista e realmente ele tinha, porém os jogos que ele considerava bons, ele não emprestava, como o Race Pro Am, Mortal Kombat 1, Tartaruga Ninja, Star Wars: Empire Strikes Back e o Super Mario Land 2, mas ele me ofereceu 2 jogos que considerava ruins, um tal Mega Man 3 e um de calabouço, chamado Zelda.

ZELDA?

  A primeira vez que coloquei o jogo já me impressionei com a abertura, antes eu tinha jogado basicamente jogos de Atari e jogos de NES (na verdade só o Super Mario 3 e o Little Nemo) e de Atari tinha jogado alguns clássicos como Enduro, Turmoil, Dragon Ninja, Pac Man, Donkey Kong, etc. Mas nenhum jogo desses tinha abertura, quando coloquei o tal Zelda e vi aquela abertura que parecia um desenho animado, fiquei muito admirado.

Cena da abertura de LoZ: Link´s Awakening

   A abertura toda animada e o que veio depois era ainda mais incrível, um jogo diferente de tudo que eu tinha visto, como dizem por ai, minha cabeça "explodiu", imagine para uma pessoa que só tinha visto alguns jogos de 8 bit, de repente se depara com uma obra prima.
   Comecei a jogar e na época não entendia nada de inglês, porém na segunda dungeon do jogo, enrosquei, depois de uns 2 dias tentando achar a solução, resolvi pegar uma caderno antigo usado que eu tinha e escrever TODOS OS DIALOGOS DO JOGO, isso mesmo, como é bom ser um pré adolescente com tempo... escrevi todos os diálogos do jogo, peguei um mini dicionário MICHAELIS e comecei a traduzir todas as frases do jogo, hoje tenho um inglês bom, com um vocabulário muito acima da média e posso agradecer isso principalmente ao "Zeldinha" do Game Boy. Traduzindo ficou muito mais simples descobrir o que tinha que fazer, consegui entrar na dungeon e pude avançar nesse incrivel jogo (o que eu precisava fazer, era pegar o "cachorro" Bow Wow e levar até a dungeon, para ele comer as flores que guardavam a entrada).
   Mesmo traduzindo, houve alguns locais em que fiquei enroscado novamente e cheguei a comprar fichas DDD (pois é nessa época usavamos fichas para ligar, pois raramente alguém tinha telefone em casa) e ainda diferenciavam as fichas locais e interurbanas, liguei mais duas vezes para a Hot Line da Nintendo que ficava em São Paulo (nisso regredimos muito, hoje nem Nintendo oficial temos no Brasil, mas nessa época a Playtronic fazia um excelente trabalho, inclusive havia o Clube Nintendo que enviava mini revistas para a casa dos compradores de NES, GB e SNES brasileiros).
   Quanto mais jogava, mais queria conhecer aquele universo maravilhoso e suas surpresas.

ESTÓRIA

   Após os eventos do jogo do SNES, onde derrotou Ganon, Link estava viajando pelos mares, quando foi pego em uma tempestade e acabou desacordado na ilha Koholint, embora seja o primeiro jogo que não tem a presença da princesa Zelda, você ao acordar conhece Marin, que é muito parecida com a princesa... e ai a aventura começa.
   O jogo possui muitos locais que apareceram em outros jogos como a área do deserto, a Lost Woods, a Praia e até a coruja do Ocarina of Time.
   Ao acordar, após o naufrágio, Link recebe seu escudo de Tarin e o jogador assume o controle, vamos em direção a praia, onde encontramos a espada e  onde conhecemos a coruja, que vai guiando o jogador e dando informações sobre o que fazer. 

GRÁFICOS
   A primeira coisa que impressionava no LINK´S AWAKENING, eram os gráficos, o jogo era do Game Boy que usava uma CPU Z80 de 8 bit (muito comum nos anos 80), porém era muito acima do que o NES entregava, o jogo lembrava muito mais o A LINK TO THE PAST do SNES.

Link encontrando a espada no inicio do jogo

   Os gráficos do jogo em si eram muito bons para o Game Boy e em alguns locais, haviam perspectivas diferentes. Como essa de um dos enigmas do jogo:

Primeiro enigma citando o Wind Fish

    As animações do personagens, a vida do mundo do jogo, eram extremamente bem feitas para um jogo 8 bit, você encontrava crianças brincando com bola, animais falantes (coelhos, hipopótamos, etc), havia uma boa variedade de inimigos e muitos puzzles.
   Além da grande variedade de locais, várias vilas, florestas, rios, desertos e praias, para um cartuchinho de portátil, o mundo era muito grande e variado.
   Uma coisa que me impressionou muito na época foi o final, embora meio surreal, o impressionante é que o final era um video, demorava cerca de 8 minutos, isso mesmo, a animação depois que você matava o chefe final tinha exatamente 8 minutos e 20 segundos.
Inicio da sequência de animação do final

Animação do final do jogo

Com o lançamento do Game Boy Color a Nintendo lançou uma versão DELUXE, chamada The Legenda of Zelda: The Link´s Awakening DX

Versão colorida do jogo

   A versão DX adicionava alguns extras como dungeons exclusivas, novas animações (que podia ser impressas na Game Boy Printer) e correção de bugs, essa versão também saiu para o 3DS no Virtual Console da Nintendo.

JOGABILIDADE

   Alguns ficam discutindo se Zelda é um RPG ou não é, eu diria que é um Adventure, pelo fato de não possuir nível do personagem. No jogo assim como em outros games tipo Metroid, Castlevania, Shadow Complex, etc. Você vai liberando novas areas do jogo conforme consegue itens, armas ou poderes.
   Como o GBA só possui 4 botões (Start, Select, A e B), você usa START para acessar o menu (que você vai usar um monte) e o SELECT para acessar o MAPA, o A e o B podem ser personalizados, você pode colocar itens ou armas em qualquer um dos dois, na maior parte do jogo, você vai usar um com a espada e ou outro com o escudo.
   Existe um comando que usa todos os botões que é o QUICK SAVE, quando você vai sair do jogo, se apertar os 4 botões ao mesmo tempo, aparece a opção de salvar e sair, salvar e continuar ou simplesmente continuar. O mais impressionante na época é que o jogo sempre salvava no ultimo local que você saiu. Mesmo as versões do SNES e do NES não tinham essa opção.
   Em alguns locais o jogo mudava a perspectiva para um scroll vertical tornando a joabilidade igual do Mario.
Dungeon com jogabilidade scroll lateral


SOM

   Uma coisa no jogo que é impressionante até hoje, é o SOM, cada umas das 8 dungeons iniciais, tem um instrumento necessário para libertar o Wind Fish, é incrivel o que a Nintendo conseguia extrair do chip do Game Boy, pois o som em geral do jogo e de cada instrumento é muito bom, sem falar que quando termina a animação da abertura e começa a tocar o tema do jogo, é simplesmente épico. Jogue com um fone e se surpreenda, tanto no GB, quanto no GBC e no 3DS. Eu tenho as músicas do jogo no meu smartphone.

Abertura do jogo

CONCLUSÃO

   Esse jogo até hoje é considerado uma obra prima, se você não jogou, não perca tempo, pegue no Virtual Console do 3DS ou no emulador, onde for, mas jogue e desfrute de cada momento. Alguns deixaram de jogar achando que era simples por ser uma versão portátil, mas é o contrário, em alguns pontos o jogo supera ambas versões do NES e SNES. Dê uma chance para o jogo e se gostar procure as outras versões do Game Boy (Zelda Oracle os Ages e Oracle of Seasons).
Bom jogo e lembre-se o Peixe Vento está observando (The Wind Fish is Watching).


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